É mais
uma Semana do mês de Maio que começa, labutando na preparação dos ca
mpos,
semeio e plantações, banhados pelo Sol que começa a aparecer abrasador,
limpando o suor que lentamente desce pelo rosto daqueles que ainda são
obrigados a praticar o exercício da enxada; que calejam as mãos como
antigamente, apesar de se verificar cada vez mais raramente, porque o uso das
luvas, tornou-se uma prática indispensável, para as novas gerações, com
resultados positivos, e grande eficácia. Ontem, Domingo, as temperaturas
subiram aos 30 graus positivos em Murçós, mas, ninguém se pode queixar, porque
as batatas temporãs, as cerejas que começam a brilhar nas cerejeiras, e as
demais horticulturas cariciam de calor e água para produzirem mais e melhor.
Foi dia de feira em Podence, como costume, no segundo Domingo de cada mês; das
mais frequentadas do Concelho, e mesmo do Distrito,
onde ainda se vendem e compram animais nas diversidades das
classes. Também as tendas numerosas e diversificadas se propagam ao longo da
rua vigiada pela igreja; os propagandistas ouvem-se de longe, naquela linguagem
característica e convincente, enquanto os assadores de churrasco com tanta
afluência, colocaram a máquina da senha que marca o lugar, para não haver
confusões desnecessárias e prejudiciais para o negócio que vai de “vento em
popa”! Os carros e carrinhas ainda não têm direito a um parque específico,
mesmo que fosse a pagar, pelo que vão estacionando dos dois lados da estreita
estrada, gerando-se uma confusão medonha para circular, mesmo nas barbas da GNR
enviados em serviço para o local. Os oportunistas políticos não perdem o tempo,
publicitando já o seu partido para as próximas eleições Europeias. Os moradores
de Murçós apareceram em “peso”, logo após a Eucaristia Dominical, a qual o
Padre passou a celebrar mais cedo que de costume, tendo-se num passado recente
encontrado quase só na Igreja…Passada a euforia de plantações das árvores frutíferas, em
maior percentagem o castanheiro e a oliveira, subsidiados pelo Estado com
requerimentos de projetos, apoiados pela CEE, surge agora a horticultura:
batata, feijão, alfaces, tomates, beringelas, pimentos, cebolo, alho Francês,
que os exploradores de estufas, vindos dos lados de Valpaços e Vilariça,
adotando sistemas de cultura mais eficaz, em vasos e outros métodos, abundam em
quantidade e qualidade, vendendo a preços por eles praticados, os quais já
ninguém “resgateia”… preços são preços –
dizem eles…A feira é também uma forma de reencontrar velhos conhecidos,
amigos perdidos de vista há já tempos, como foi o caso do meu companheiro de
viagem, que encontrou um colega politico, residente em Lisboa, que depois de se
cumprimentarem, o interlocutor oriundo de Vila-Flor, lhe disse por estas
palavras: - Então, vendestes a vossa Freguesia?
- Foi doada – retorqui num tom agressivo.
Retirei-me para não fazer figura de mal criado, com uma
pessoa que nem conhecia, e enquanto ia andando e esperando, olhava para um lado
e para o outro da rua onde os expositores vendedores, tentavam por todos os
meios atrair a clientela, com a intenção de vender toda a mercadoria. Mais
adiante encontrei algumas pessoas oriundas da minha terra natal, com as quais
conversei durante escassos segundos, mas, sempre com imenso prazer.
As nossas compras estavam feitas. Duas “manhuças” de
cebolo, duas de alho Francês, oito pimenteiros, três “malagueteiras”,( Capsicum L) ) uma caixa de maçã
golden, e um churrasco para o almoço.
Demos mais umas voltas, apenas para “cuscar”e, na realidade,
a feira de Podence é das melhores do Distrito.
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