segunda-feira, 12 de maio de 2014

Dia de feira em Podence

É mais uma Semana do mês de Maio que começa, labutando na preparação dos ca
mpos, semeio e plantações, banhados pelo Sol que começa a aparecer abrasador, limpando o suor que lentamente desce pelo rosto daqueles que ainda são obrigados a praticar o exercício da enxada; que calejam as mãos como antigamente, apesar de se verificar cada vez mais raramente, porque o uso das luvas, tornou-se uma prática indispensável, para as novas gerações, com resultados positivos, e grande eficácia. Ontem, Domingo, as temperaturas subiram aos 30 graus positivos em Murçós, mas, ninguém se pode queixar, porque as batatas temporãs, as cerejas que começam a brilhar nas cerejeiras, e as demais horticulturas cariciam de calor e água para produzirem mais e melhor. Foi dia de feira em Podence, como costume, no segundo Domingo de cada mês; das mais frequentadas do Concelho, e mesmo do Distrito, 


onde ainda se vendem e compram animais nas diversidades das classes. Também as tendas numerosas e diversificadas se propagam ao longo da rua vigiada pela igreja; os propagandistas ouvem-se de longe, naquela linguagem característica e convincente, enquanto os assadores de churrasco com tanta afluência, colocaram a máquina da senha que marca o lugar, para não haver confusões desnecessárias e prejudiciais para o negócio que vai de “vento em popa”! Os carros e carrinhas ainda não têm direito a um parque específico, mesmo que fosse a pagar, pelo que vão estacionando dos dois lados da estreita estrada, gerando-se uma confusão medonha para circular, mesmo nas barbas da GNR enviados em serviço para o local. Os oportunistas políticos não perdem o tempo, publicitando já o seu partido para as próximas eleições Europeias. Os moradores de Murçós apareceram em “peso”, logo após a Eucaristia Dominical, a qual o Padre passou a celebrar mais cedo que de costume, tendo-se num passado recente encontrado quase só na Igreja…Passada a euforia de plantações das árvores frutíferas, em maior percentagem o castanheiro e a oliveira, subsidiados pelo Estado com requerimentos de projetos, apoiados pela CEE, surge agora a horticultura: batata, feijão, alfaces, tomates, beringelas, pimentos, cebolo, alho Francês, que os exploradores de estufas, vindos dos lados de Valpaços e Vilariça, adotando sistemas de cultura mais eficaz, em vasos e outros métodos, abundam em quantidade e qualidade, vendendo a preços por eles praticados, os quais já ninguém  “resgateia”… preços são preços – dizem eles…A feira é também uma forma de reencontrar velhos conhecidos, amigos perdidos de vista há já tempos, como foi o caso do meu companheiro de viagem, que encontrou um colega politico, residente em Lisboa, que depois de se cumprimentarem, o interlocutor oriundo de Vila-Flor, lhe disse por estas palavras: - Então, vendestes a vossa Freguesia?
- Foi doada – retorqui num tom agressivo.
Retirei-me para não fazer figura de mal criado, com uma pessoa que nem conhecia, e enquanto ia andando e esperando, olhava para um lado e para o outro da rua onde os expositores vendedores, tentavam por todos os meios atrair a clientela, com a intenção de vender toda a mercadoria. Mais adiante encontrei algumas pessoas oriundas da minha terra natal, com as quais conversei durante escassos segundos, mas, sempre com imenso prazer.
As nossas compras estavam feitas. Duas “manhuças” de cebolo, duas de alho Francês, oito pimenteiros, três “malagueteiras”,( Capsicum L) uma caixa de maçã golden, e um churrasco para o almoço.
Demos mais umas voltas, apenas para “cuscar”e, na realidade, a feira de Podence é das melhores do Distrito.

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