sábado, 20 de setembro de 2014

Amigos

Meus caros amigos; todos os que fizestes parte integral dos tempos eufóricos da minha caminhada sem destino certo… pelos caminhos belos e saudáveis, marchamos lado a lado, como soldados desertores das imposições protocolares, desrespeitando os princípios critériais  e o relacionamento desses atributos, subtraindo-nos com sobriedade, altivez e determinação aos conceitos que assediam prejudicialmente a rota da felicidade. Juntos e unidos como os dedos das mãos, travámos lutas e batalhas, desarmados, somente convictos de que viver humildemente, fazendo o que o bem-estar dita, percorreríamos trajetos de beleza singular, por entre jardins floridos de imaculados coloridos, cheiros que invadiram nossos corpos, alimentando a jamais as recordações inesquecíveis, ferindo nostalgicamente a sensibilidade inundante suscitada por uma lágrima que vem discretamente refugiar-se num canto de um lenço branco… o da paz.
Como me pesam tantos e tão bons momentos passados ao vosso lado, assentados em volta de uma mesa para beber um copo, matar a solidão dos tempos livres, falar de banalidades que nos faziam rir às gargalhadas, programar estrategicamente, ás ordens acatadas do “mister”, a abordagem do jogo de futebol, contra a equipa que liderava o campeonato… e tanto me alegra saber que sempre estive rodeado por extraordinários legionários de afeto com valor e sem preço… os nossos encontros de relacionamento convivial no seio das respetivas associações, bailes entre membros Portugueses residentes em terras Gaulesas, na linda cidade de acolhimento que é Paris, reconhecida pelo canto: Rainha do Mundo. Ó meus caros e inesquecíveis amigos… são já tantos os anos passados a aguardar o milagre de poder voltar a abraçar-vos, ou pelo menos ter notícias vossas… mas o carteiro não as traz! Como podereis saber que vivo num canto perdido do nosso Portugal, obsequiado com o desejo de avistar uma pequena luz no fundo do túnel, que me guie e me mostre o caminho da felicidade partilhado… será que os vossos víveres são um mar de rosas ou uma coroa de espinhos? Sereis pais “babados” ou avós adorados e condescendentes? Deus como me faltam as vossas sinceras amizades… convosco percorri, serras e vales do lindo Minho, cidades e lugares, do Porto e arredores, praias, discotecas, monumentos, estádios, museus, festa e romarias, cabarets, casas de fados… assisti às festividades de fim de cursos dos vossos filhos… participei nos tradicionais eventos nas localidades de vossa naturalidade… bebi vinho verde pela tigela de barro… visitei o parque de exposições e artesanato… jantamos na pousada onde esteve hospedado o Presidente da Republica… a vós devo o descobrimento dos usos e costumes das diversas Províncias Portuguesas, sendo sempre recebido com carinho nas vossas casas, pelas vossas gentes, às quais ficarei eternamente grato.
A vós dedico os meus mais sinceros elogios, gratidão e amizade para sempre


4 comentários:

Fátima Pereira Stocker disse...

Tonho

Embora me não integre no conjunto dos contemplados, sempre te quero dizer que gostei bastante deste teu texto de louvor aos amigos, assim como apreciei bastante a homenagem que dedicaste ao teu sobrinho, no artigo anterior.

Beijos

antonio disse...

Olá Fátima! Não são inspirações mas sim extrações do que me roe por dentro, e só assim consigo exteriorizar... volto a sentir-me tão só e perdido neste deserto imaginário! Serão vestigios de envelhecimento? Já não sei... contrariado, desejava deaparecer para longe, onde a hipocresia não tivesse o valor e o mérito que lhe é atribuido... tento apaxiguar com a indiferença, mas noto que me isolo cada vez mais daquilo que me fazia feliz... haverá batalhas que não se vencem e a resignação opera.
Bem-hajas... não fizeste parte do elenco passado, mas estás sempre aí com palavras amáveis de reconforto e carinho. Saudosos beijos

Anónimo disse...

"Ai flores, ai flores do verde pino,
se sabedes novas do meu amigo!
ai Deus, e u é?
Ai flores, ai flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado!
ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amigo,
aquel que mentiu do que pôs comigo!
ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amado,
aquel que mentiu do que mi há jurado!
ai Deus, e u é?"
(…)
Um grande abraço António

antonio disse...

Obrigado meu caro anónimo... versos bonitos num( Mirandês)? ou talvez não...curiosos! Retribuo o abraço.
P.S. Não acrescento mais nada ao que está bem explicito.