Meus caros amigos; todos os que fizestes parte integral dos
tempos eufóricos da minha caminhada sem destino certo… pelos caminhos belos e
saudáveis, marchamos lado a lado, como soldados desertores das imposições protocolares,
desrespeitando os princípios critériais e o relacionamento desses atributos, subtraindo-nos
com sobriedade, altivez e determinação aos conceitos que assediam
prejudicialmente a rota da felicidade. Juntos e unidos como os dedos das mãos,
travámos lutas e batalhas, desarmados, somente convictos de que viver
humildemente, fazendo o que o bem-estar dita, percorreríamos trajetos de beleza
singular, por entre jardins floridos de imaculados coloridos, cheiros que
invadiram nossos corpos, alimentando a jamais as recordações inesquecíveis,
ferindo nostalgicamente a sensibilidade inundante suscitada por uma lágrima que
vem discretamente refugiar-se num canto de um lenço branco… o da paz.
Como me pesam tantos e tão bons momentos passados ao vosso
lado, assentados em volta de uma mesa para beber um copo, matar a solidão dos
tempos livres, falar de banalidades que nos faziam rir às gargalhadas,
programar estrategicamente, ás ordens acatadas do “mister”, a abordagem do jogo
de futebol, contra a equipa que liderava o campeonato… e tanto me alegra saber
que sempre estive rodeado por extraordinários legionários de afeto com valor e
sem preço… os nossos encontros de relacionamento convivial no seio das respetivas
associações, bailes entre membros Portugueses residentes em terras Gaulesas, na
linda cidade de acolhimento que é Paris, reconhecida pelo canto: Rainha do
Mundo. Ó meus caros e inesquecíveis amigos… são já tantos os anos passados a
aguardar o milagre de poder voltar a abraçar-vos, ou pelo menos ter notícias
vossas… mas o carteiro não as traz! Como podereis saber que vivo num canto
perdido do nosso Portugal, obsequiado com o desejo de avistar uma pequena luz
no fundo do túnel, que me guie e me mostre o caminho da felicidade partilhado…
será que os vossos víveres são um mar de rosas ou uma coroa de espinhos? Sereis
pais “babados” ou avós adorados e condescendentes? Deus como me faltam as
vossas sinceras amizades… convosco percorri, serras e vales do lindo Minho,
cidades e lugares, do Porto e arredores, praias, discotecas, monumentos,
estádios, museus, festa e romarias, cabarets, casas de fados… assisti às
festividades de fim de cursos dos vossos filhos… participei nos tradicionais
eventos nas localidades de vossa naturalidade… bebi vinho verde pela tigela de
barro… visitei o parque de exposições e artesanato… jantamos na pousada onde
esteve hospedado o Presidente da Republica… a vós devo o descobrimento dos usos
e costumes das diversas Províncias Portuguesas, sendo sempre recebido com
carinho nas vossas casas, pelas vossas gentes, às quais ficarei eternamente
grato.
A vós dedico os meus mais sinceros elogios, gratidão e
amizade para sempre
4 comentários:
Tonho
Embora me não integre no conjunto dos contemplados, sempre te quero dizer que gostei bastante deste teu texto de louvor aos amigos, assim como apreciei bastante a homenagem que dedicaste ao teu sobrinho, no artigo anterior.
Beijos
Olá Fátima! Não são inspirações mas sim extrações do que me roe por dentro, e só assim consigo exteriorizar... volto a sentir-me tão só e perdido neste deserto imaginário! Serão vestigios de envelhecimento? Já não sei... contrariado, desejava deaparecer para longe, onde a hipocresia não tivesse o valor e o mérito que lhe é atribuido... tento apaxiguar com a indiferença, mas noto que me isolo cada vez mais daquilo que me fazia feliz... haverá batalhas que não se vencem e a resignação opera.
Bem-hajas... não fizeste parte do elenco passado, mas estás sempre aí com palavras amáveis de reconforto e carinho. Saudosos beijos
"Ai flores, ai flores do verde pino,
se sabedes novas do meu amigo!
ai Deus, e u é?
Ai flores, ai flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado!
ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amigo,
aquel que mentiu do que pôs comigo!
ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amado,
aquel que mentiu do que mi há jurado!
ai Deus, e u é?"
(…)
Um grande abraço António
Obrigado meu caro anónimo... versos bonitos num( Mirandês)? ou talvez não...curiosos! Retribuo o abraço.
P.S. Não acrescento mais nada ao que está bem explicito.
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