É mais uma Romaria que me traz maravilhosas recordações da
adolescência e juventude. Por estas paragens, onde o tempo correu veloz, permanecem
vivas e acesas as belas recordações. Eram tempos de dificuldade económica e
financeira para os mais desfavorecidos – como eu – mas soubemos sempre
encontrar nessas dificuldades maneira e arte de dar
volta aos acontecimentos, mesmo em situações desesperadas! A
vida ensina-nos tudo, ou melhor, com o viver aprendemos a dar valor às coisas
aparentemente insignificativas… são os tais valores que supostamente hoje não
se transmitem nem se partilham, tornando as novas gerações caracteriais de
isolamento tendencialmente hipócritas pelo facto de não existir envolvimento
partilhado convivial, saudável, onde o egoísmo parece sobrepor-se à humildade
com a convicção – errada – de ninguém precisar do seu próximo.Também a Romaria dos Chãos seguiu os passos tendenciais que conduzem ao: “todos por um e cada qual para si” verifica-se a transformação do recinto, onde à tardinha, depois da Eucaristia e o saborear da merenda se jogava à bola, relha, fito, “calhau” e a famosa pega dos touros no imenso lameiro ladeado por uma pequena parede. Esta modalidade continua a chamar milhares de pessoas, talvez mais que os verdadeiros peregrinos que vem para orar. As “barracas” feirantes e a exposição dos tratores com as necessárias alfaias, ocupam o espaço deixando apenas o caminho por onde passa a procissão. Os parques automóveis enchem não se veem pessoas a pés pelas estradas, algumas descalças por promessa… também os farnéis da merenda já não fazem parte da bagagem obrigatória e tão apreciada dos fieis, porque as tascas numerosas vieram substituí-las com a facilidade e o dinheirinho fresco que todos possuem, mas que retirou o “charme” de ver estendidas pelo chão toalhas de linho tecidas
foto de Orlando Nascimento |
DIVINO SENHOR ABENÇOAI OS QUE SOFREM, EM PARTICULAR OS
IDOSOS.
Deixo a ligação para o álbum completo das fotos aqui
Foto de Lu |
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