sábado, 16 de julho de 2022

Porque a vida é um tracejado por António Bráz De riscos e rabiscos, pintada com tinta de todas as cores na incerteza dos autores e na imaginação fértil de quem procura a ilustração perfeita das autenticidades indubitáveis com frases fabricadas onde as palavras se curvam num tom de voz sem timbre como se viessem de olarias deslizando entre os dedos das mãos cujo tremor acentuado tenta arrumá-las, com o orgulho de serem lidas e interpretadas pelos leitores presos ao sentimento contagiante que também se podem classificar de chantagem emocional. Ler o que não vem pelo seu próprio andar, de lugares prestigiosos cujos autores, embora se lhes reconheça algum mérito, mas foram sobretudo levados ao colo, pelos ancestrais que as amizades subornavam, os familiares coagiam ao abrigo de olhares e ouvidos indiscretos, torna-se num esvoaçar de asas partidas, redopiando à procura da saída de um labirinto viscoso cheio de aparentes boas intenções que a hipocrisia alimenta e a ambição pare em lugares onde a cria não pode ser lambida, e a progenitora brama a impotência de um parto no deserto num acumular de montes móveis e de areias finas, até que o sol ardente venha e não deixe vestígios de condenados à nascença. Espreitar pela fechadura apenas o que mais interessa, não são visitas, nem mesmo curiosidades, tem nome próprio: Coscuvilhar. Qual o interesse de quem publica? É o de quem se empenha para ainda ser criticado, muitas vezes enxovalhado e perder tempo com defuntos. Se alguns dos leitores encontrarem razão para este blog continuar que o manifestem, caso contrário, para publicar o amor pela escritura existem mil e uma maneiras de o fazer sem obrigação nem devoção. Este Blog foi criado com intenções de ordem comunitária, sobretudo para classes sociais que dele poderiam depender. Esta justificação não tem hoje o mesmo significado pelo que provavelmente o seu congelamento, apesar das numerosas visitas, e o orgulho de não comentar, é eminente. Sejam felizes e comprem o jornal.

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