O dia estava lindo! Parecia, que, antecipadamente a
Primavera nos vinha brindar com os seus raios de sol temperados, e uma limosidade
resplandecente, enchia os corações dos escapados ao abandono do lugar fictício,
tanto amado, junto do café dos Reis, “ó outão”… Falava-se de coisas sem importância,
de passados alegres e felizes, de pessoas que aqui viveram, ou por cá passaram,
de malhas e acarrejas, do passado e do futuro, enfim… comunicavam uns com os
outros, amigavelmente num afago estremecido de factos narrados, provenientes
das lindas recordações, guardadas num canto meio esquecido das memórias.
É assim, nas Aldeias, depois do almoço, para matar o tempo e
as saudades, de determinadas passagens sentimentais, as quais só partem quando
nós partirmos definitivamente, todos, e os raios de sol não deixarem vestígios de
um viver pacato mas saudável… haverá sempre divergências de opiniões, cortes passageiros
na comunicação oral, olhares que se cruzam despercebidos, mas, na hora da
entreajuda cariciada, todos respondem presentes, oferecendo o pouco que tem com
sinceridade e franqueza!
Comungamos todos de um sentimento que nos une em circunstâncias
de apuros e aflições, o que torna o ser humano “pilar” do próximo, recordando que
todos teremos o nosso dia não neste vale de lágrimas…
Podemos até ser poucos, cada vez menos, mas, a união faz a
força que conduz ao alto da montanha, de onde poderemos rever, com serenidade,
os rastos dos nossos passos e os lugares por onde passamos, paramos ou seguimos,
um caminho predestinado.
2 comentários:
É mesmo assim, Tonho: viver serenamente cada dia que passa, aproveitando e agradecendo a Deus as bênçãos que nos concedeu.
Beijos
É o meu ponto de vista Fátima... certo ou errado que julgue quem poder. Beijos
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