foto retirada da net ARADO DE MADEIRA PARA SEMEIA DAS BATATAS |
Foto retirada do blog.rebordainhos O TIO ANTÓNIO E um amigo de Lisboa |
Rossas era a Estação de caminho-de-ferro mais próxima, e
mesmo tendo linha estreita, e comboio puxado a carvão, por lá passaram centenas
de toneladas de batata, parte dela ensilada num grande espaço junto da Estação,
dirigida pelo chefe Sr. Azevedo, ou nos cinco armazéns de grande dimensão onde
eram escolhidas por “geireiras” vindas das diversas Aldeias, para ganhar uns tostões
de sol a sol!
Também os homens tinham as suas tarefas definidas, que eram
preparar o terreno cavando o solo aproximadamente 30cm de profundidade, cerca
de 1,5m de largura e o comprimento dependia da quantidade de cada agricultor,
mas podia passar dos 100m. Seguidamente eram colocadas as batatas em pirâmides,
com arte de escultor, o colmo, (palha mais comprida e direita) em camadas
contra elas, dobradas as pontas no topo e, pouco a pouco, com pás colocava-se a
terra, começando como é óbvio por baixo, batia-se camada após camada e quando
se terminava, retirava-se qualquer defeito que não estivesse direito, podendo
dar mau aspeto… uma verdadeira obra de arte!
Depois de escolhidas, as batatas eram apartadas para consumo
ou semente, ensacadas em grandes sacas, e carregadas nos vagões para seguir até
ao seu destino.
foto retirada da net |
Para os mais idosos que conheceram tudo isto, serão agradáveis recordações… quanto aos mais novos, podem conceber dificilmente tanto trabalho manual para ganhar uns patacos furados!? Vivia-se com mais dificuldades mas, harmoniosamente… não se fugia aos deveres, e a palavra de honra, era sagrada… nestes tempos, apesar de mal pagos ainda se vendia… com a vinda do euro, a frágil agricultura de Trás-os-Montes, tornou-se missão impossível para os pequenos Agricultores, os quais, os Senhores mandões souberam calar, com subsídios vindos da CEE, aliciantes mas prejudiciais às vendas.
O significado de silos, no dicionário Português, não é propriamente o mesmo que nós sempre atribuímos, aos nossos de batata, mas podia-se tirar o chapéu aos homens que faziam do abrigo das ricas batatas, verdadeiras esculturas.
3 comentários:
Boa tarde, Tonho
Num fim-de-semana alegremente arredada de computadores, venho agora fazer-te uma visita. Hoje, com um prazer acrescido porque me ensinaste como se faziam os silos: eu lembro-me deles, mas nunca os vi construir. Então essa de chegarem a ter 100 metros deixou-me de boca aberta!
Aproveito para fazer um pequeno esclarecimento: a pessoa que se vê ao lado do tio António "Piloto" não é o agrónomo de Rossas, é uma pessoa de Lisboa, da área do cinema, que se deslocou a Rebordainhos para filmar a produção do tio António no ano em que ele concorreu a um concurso de produtores e se classificou em 2.º lugar. Não te sei dizer quem seja, não reconheço o rosto e a tia Maria já se não lembra do nome.
Beijos
Olá Fátima! Obrigado pela visita e pelo esclarecimento, que já rectifiquei... quanto aos silos, foi a foto no nosso cantinho que me deu a ideia de escrever um texto... tem a sua graça, embora n'outros tempos fosse considerado de outra forma... ao dizer que podiam ter 100m era verdade, embora não pertencessem a uma só pessoa... separavam-nos com colmo e o encarregado registava tudo certinho para não haver confusões. Passa uma boa semana, beijos
Tonho
Contigo estou sempre a aprender. Bem-hajas.
Beijos
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