O que fica por dizer é sempre o mais sensato. Ainda que a
razão esteja do lado de quem escreve, que a verdade requer justiça, e que a
camuflagem de atos e factos, vividos mas não esquecidos, nos suscite ponderação,
convidando-nos à abstração… há coisas que não se podem dizer; por simples cortesia,
ou talvez com receio do interlocutor? Porque o cinismo e a hipocrisia falam
mais alto e mais forte, e os humildes continuarão a ser os eternais
prejudicados. Curvar-se perante um poderoso que passa, e com a escova passar-lhe
a graxa pelos sapatos já lustrosos é o prato do dia… ninguém precisa de ninguém,sobretudo
se esse ninguém for um pobre Diabo que não tem onde cair morto. Porém, tudo é
diferente, no tratamento e consideração sabendo-se que: se está dependente,
mesmo que seja de um cargo banal. – O nosso País não é civilizado – afirmava um
comentador convidado pela TVI para esclarecer casos onde a justiça falha lamentavelmente.
Então pode ser vandálico? Pobre País! Sem princípios nem valores, fervência efémera
do dia-a-dia; perdição total do respeito pelo próximo; visão desastrosa de
horizontes inatingíveis; vaidade orgulhosa que contagia e apodrece os seres
humanos por dentro e por fora. Em suma: somos uns tristes!
Mais penoso é ainda constatar que não são as novas gerações
a provocar tamanha tragédia… são sobretudo aqueles que passaram ao lado do
protagonismo, outrora por falta de meios, mas ajudados substancialmente por
caridosas pessoas, às quais pagam com ingratidão, regozijando-se hoje de ser
quem são, pouco importa os meios, relevância para os fins. É tão fácil esquecer
o que não nos dá jeito recordar! A crise, essa não vem influenciar nada… apenas
constatar a impotente preponderante conduta de um Povo traiçoeiro, corrupto, subornado
por tudo e por todos, vergonhoso para a Europa, que nos acolheu de braços
abertos apostando “no cavalo errado”.
Quando se vive num Mundo de vilões oportunistas desavergonhados,
de nada serve ser cristão ateu ou jeová;
levantar os olhos ao céu, tentando abraçar toda a terra… olhar o próximo com
olhos venenosos… passar com altivez por onde já passamos como cordeiros mansos…
fechar as portas sequestrando o passado com remorsos e lamentações que nos
perseguirão até ao último suspiro. Se realmente houver um juízo final, o qual
tanta gente teme, e que o Juiz seja justo, implacável, então felizes dos que
virem a luz do bem brilhar junto dos seus corações.
3 comentários:
Fátima: peço desculpa, e lamento imenso não poder recuperar o teu comentário que se me esgueirou não sei para onde quando quis publicar... gostava imenso de poder recuperá-lo porque não me deu tempo para o ler. Se souberes uma maneira agradeço.Beijos
Tonho
Não há problema, são coisas que acontecem. Já me não lembro das palavras, mas a ideia principal era esta:
Jornalistas, comentadores, etc. que lançam palavras graves sobre o País em seus comentários fazem uma obra perniciosa. É perniciosa porque as pessoas acreditam, envolvidas que estão pelas notícias que as redacções noticiosas escolhem dar (e parece que só escolhem dar as más, aquelas que atiram a democracia ao chão). É perniciosa porque resulta ou de ignorância por preguiça de procurar, ou de má fé. Nenhum país do mundo conseguiu, em tão pouco tempo fazer o que nós fizemos e as estatísticas estão disponíveis: em termos de escola, de acesso à saúde, água canalizada e electricidade, em segurança social, acesso à justiça, comunicações, etc. Como pode alguém com sentido de decência vir dizer que somo um país incivilizado?
Mal agradecidos, sabujos, lambe-botas existiram em todas as eras e em todos os lugares. Penso que os países, à semelhança das pessoas, têm traços de carácter. Povos como o Inglês e o Francês ostentam os vícios com o orgulho de quem mostra virtudes. Nós, com o nosso fatalismo, aceitamos dizer de nós próprios coisas horríveis e que, na maior parte dos casos, não correspondem à verdade.
Este comentário está dirigido essencialmente àquele senhor que disse que não éramos civilizados. Daquilo que tu escreveste gostei, por ser verdade. Aliás, tal senhor devia ouvir a primeira frase que escreveste: "O que fica por dizer é sempre o mais sensato".
Beijos
Obrigado, e perdoa a minha irresponsabilidade... não sei bem como aconteceu... ainda tentei pelo restauro, mas em vão; nem mesmo no e-mail apareceu. Com toda a certeza pensei clicar em publicar e cliquei em eliminar.Quanto ao teu comentário, complementa perfeitamente a tomada de posição de muitas pessoas... infelizmente estes Senhores revelam-se ao mais credíveis para a população vulnerável, quando existe grande interesse pessoal que os projecta para o topo caricato da notoriedade.
Beijos.
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