sábado, 17 de dezembro de 2022

Caelibatus (CELIBATO) Herdado do latim para designar uma pessoa solteira e a sua manutenção durante os anos que o destino lhe acordou, suscita apreensões que relativizam imperativamente estados de espírito e sentimentos repressivos guardados ao abrigo daqueles que são enxergados desta forma, secretamente não se justificando críticas negligentes ou propósitos inoportunos inerentes à liberdade de cada um. É tão lindo o estado de solteiro, desfrutando do melhor que a vida nos dá, limitando a sua longevidade aos limites impostos para a procriação, ou formação familiar, que todos os seres vivos no seu estado natural, procuram instintivamente. O agregado familiar, com marido esposa e filhos são os pilares da casa que os abriga, onde comem, bebem, riem, choram, partilham, até que os voadouros permitem o afastamento para também eles constituírem uma família. Pessoalmente não concebo viver uma vida duradoura, para alguns chega aos 100 anos, sem herdeiros legítimos, a trabalhar como negros até que a fisionomia perde todo alento, sem desfrutar de um dia convivial, amealhando migalhas, alimentando-se como mendigos, vestindo-se com farrapos que tem a idade deles e calçados de feira cujo conforto não existe, apanharem dias inteiros vago de azeitona que as intempéries deitaram ao chão, comer uma tigela de caldo e uma côdea de pão antes de se deitarem em camas geladas, sem amor nem carinho, de um companheiro ou companheira que tanto ajuda a palmilhar caminhos agreste, trilhados e pisados com esforço mas dignamente, até um dia… em que são obrigados a tudo deixar, a quem muitas vezes não tem um pensamento afetuoso, lembrando-se apenas que o não podiam levar com eles. Independentemente dos desejos amorosos e sexuais, e mesmo que os tenham procurado em lugares de prostituição, a solidão é como um moinho a moer, e doi tanto! Felizes aqueles que conseguem não desfazer o que tanto custou a fazer! A resposta da atualidade é: melhor separar-se que viver uma vida infernal. Não precisam de muito para largar aquilo que em tempos consideraram o seu tesouro…É como na lenda de Salomão cortar o menino a meio. Talvez seja por estas razões que anda tudo embrulhado, e o celibato atinja um número inconcebível? AB

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