Estávamos em 2009. Bastante antes das eleições autárquicas,
previstas para o mês de outubro do mesmo ano, já o formigueiro, procurava por
todos os meios organizar-se sem falhas e as formigas ativas, trabalhavam dia e
noite, astuciosamente, na labuta infalível, não olhando a meios para atingir
fins… por detrás, um batalhão de corruptos mal-intencionados coordenava
minuciosamente a facada mortal a infringir, em tempo e medida, mas sobretudo
bem proclamada em praça pública, cujos vestígios serviriam de cruel vingança,
humilhação tão desejada… uma espécie de pagamento com juros a preços
exorbitantes!
O Sr. das areias, que até então não se via por cá, começou a
aparecer frequentemente, pelos cafés, onde com aquele riso repugnante e a
vaidade que o carateriza, tentava fazer passar a ideia de poderoso, mediante os
valiosos conhecimentos hierárquicos no seio Municipal, dos incompetentes,
enquanto “cravava” aqui e ali, uma cervejola a um pobre diabo, que
inocentemente se deixava enfeitiçar, pela ficção imaginária de perversão
acentuada e tenebrosa. Organizava reuniões em locais específicos… trocavam
impressões com algumas das formigas, oferecendo-lhe em troca, um lugar bem
situado, dentro ou fora da câmara… ludibriava-os com perícia e astucia,
detalhes que lhe são peculiares, e que utiliza sempre que menospreza o seu
interlocutor direto. Para grande parte do povo de Murçós, era o messias, o
salvador… aquele que tinha dons e podres para fazer desta terra: um paraíso
terrestre… caíram na ratoeira como ratinhos vindos de outro planeta onde tudo
quanto se diz é verdade… cegaram com a ambição desmedida, crença infundada; em
promessas desonestas, servindo apenas e somente, os interesses particulares,
doa a quem doer.
Neste mesmo ano, foi eleito Presidente da Freguesia de
Murçós, com maioria absoluta, o messias tão desejado, o ditador implacável,
destruidor de sonhos imaginários, o Sr. das areias. Na tomada de posse, um mês
depois, foram-lhe entregues as chaves do suposto paraíso, com todos os
documentos em dia, arquivados convenientemente, constando também 2.000,00 na
conta bancária, saldo contabilístico ativo. Seguiram-se os rituais impostos por
decreto lei, pouco tempo depois, que era a constituição da assembleia e a
eleição dos dois vogais, secretário e tesoureiro, caso não haja consenso para
nomeação direta. Aqui foi onde a “porca torceu o rabo”… apesar do partido
vencedor das eleições eleger 5 membros na assembleia, e o vencido apenas dois,
na reunião marcada, gerou-se uma confusão medonha, provocada pela estratégia ditatorial
do Sr. das areias, e alguns dos seus lacaios, por ele escolhidos após eleições,
tendo antes destas prometido os mesmos lugares a quatro dos cinco primeiros da
lista a fim de angariar votos, com os quais foi eleito. Mais uma vez ludibriou
as pessoas, lesando-as, como um farrapo, que serve enquanto útil, e depois se
deita fora… porque seguindo a lógica dos factos os quais deveriam ter sido previamente
discutidos e chegar a um consenso, tudo era simples se houvesse legalidade e princípios
conscienciosos… mas, são fatores sem significado para aldrabões, chegando ao
cumulo de propagar pela Aldeia as culpas da eleição desastrosa do executivo,
pertenciam a dois pobres diabos que votaram contra cinco da lista vencedora.
Abro parênteses para perguntar a quem ainda tenha dúvidas relativas à nossa
responsabilidade neste ato eleitoral: será que dois votos podem vencer cinco?
Não. Se os membros convidados para uma lista não são de confiança nem servem
para ocupar lugares de responsabilidade, porque são convidados e colocados no
topo da lista?
Voltando à reunião, tardia, da constituição dos membros da
assembleia e seus cargos, o Sr. das areias já tinha feito as suas escolhas sem
consultar ninguém, cargo que exerceram ilegalmente durante um mês, sujeitos a
prisão preventiva, enquanto ele mesmo executava trabalhos de 1ª urgência como
recompensa aos que o tinham posto no “poleiro”, também ilegalmente, não podendo
participar direta nem indiretamente; tendo sido participado o caso ao Tribunal
Administrativo de Mirandela, e feito a pergunta em assembleia de Câmara, à qual
respondeu ser um donativo seu, de centenas de milhares de euros? Como é óbvio falso.
Não houve concurso nem adjudicação, e o dinheirinho, com a cumplicidade da
Câmara, transitou para outas bandas secretas antes de entrar nos bolsos do
traficante.
Finalmente, pressionado, após longo tempo, marcou esta
reunião, para ele simples formalidade, tendo já escolhido os seus assessores diretos.
Entrou na sede da Junta com ares supremos, e dirigindo-se à presidente da
assembleia cessante num tom autoritário disse:
- Já escolhi o meu secretário, tesoureiro, e presidente da
assembleia – avançando nomes
- Mas não está a seguir os termos legais impostos por lei? –
Respondi
- Como assim? Sou eu quem escolhe porque temos a maioria
absoluta.
Nos nossos mandatos, num dos quais você foi membro da
assembleia desistindo de imediato com o pretexto de ter apenas prejuízos,
processou-se de outra forma. Se bem se lembra, tinham vocês dois membros, o
outro dos três partidos um e nós quatro, por conseguinte a maioria… contudo
foram a votações os propostos, e lembro-me de não votar favoravelmente, o que
não influenciou dado o nosso acordo prévio… o que é que receia afinal?
Pegou no telefone e ligou para alguém do circulo dos
mafiosos que o informaram dos métodos a utilizar, mas, persistia com a sua
forma irreversível de manda quem pode e obedece quem deve, pelo que resolvi
abandonar a sala de reunião mediante ameaças de agressão física e verbal, por
parte de um sobrinho que até tinha em consideração, uma das escolha prioritária
do poderoso, que não residia cá e que tinha agendada a partida para Moçambique
brevemente, acontecendo o mesmo com o
meu colega ao qual já tinham preparado uma autorização de desistência, e
tentaram obrigá-lo a assinar. Tive conhecimento do caso e voltei à sala levando
comigo o colega sem assinaturas nossas e comunicando aos outros membros que a
legislação em vigor concedia o direito aos primeiros cargos a todos os membros
da assembleia, nomeados sim pelo presidente eleito, mas havendo discórdia,
teria de ser aplicada a lei da votação secreta.
Como não houve acordo nesta reunião, a lei prevê outra
a efetuar no prazo de 15 dias. Passaram-se três meses, sem que o ditador tomasse
qualquer decisão, prevalecendo a sua própria lei. Resolvi escrever para o
Governo Civil contando-lhe o sucedido. Fomos convocados, pouco tempo depois, a
Bragança para expor o problema ao Sr. Governador o qual tentou conciliar um
acordo entre os membros do partido vencedor a fim de serem eleitos para os respetivos
cargos, caso não houvesse convergência, teriam de demitir-se em bloco os da
lista para haver novas eleições, ele nada mais podia fazer. Este impasse durou
um certo tempo, ameaçando o supremo abandonar o cargo, já que alguns da sua
lista também não se demitiam… mais um meio chantagista ao qual não cederam os
seu supostos amigos e angariadores
de votos que se sentiam traídos. Não encontrando outra saída, o Sr. Das areias,
pressionado pelo Município, resolveu convocar, nova reunião e desta vez seguir
as vias legais. Optou por propor a votação dois a dois os vogais para depois
decidir ele qual deles seria o secretário e o tesoureiro. Como obteve um não
nas três votações dos seus preferidos, eram agora já três dos seus pupilos a
discordar das suas pretensões, voltou ao voto numeral, e o resultado também não
foi o que esperava. Voltou-se para mim com estas palavras: - você nunca será
proposto… ao que respondi – nem pelo ouro do Mundo eu trabalharia com um
malabarista como tu… contudo não poderás retirar-me a minha liberdade de
pensar, nem a de votar em quem eu quiser. Não tendo outra alternativa começou
por nomear para votação aqueles que ele considerava de traidores e sem
capacidades para os cargos., e foram eleitos, um deles com 5 votos contra dois,
ficando vermelho de raiva, confiscou chaves, livro de cheques, e tudo que estava
relacionado com a junta de freguesia . »»»»» continuação ( os coveiros do povo)
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