domingo, 26 de outubro de 2014

15 anos depois (Continuação)

 Fazendo contas à vida IV
Estávamos em 2009. Bastante antes das eleições autárquicas, previstas para o mês de outubro do mesmo ano, já o formigueiro, procurava por todos os meios organizar-se sem falhas e as formigas ativas, trabalhavam dia e noite, astuciosamente, na labuta infalível, não olhando a meios para atingir fins… por detrás, um batalhão de corruptos mal-intencionados coordenava minuciosamente a facada mortal a infringir, em tempo e medida, mas sobretudo bem proclamada em praça pública, cujos vestígios serviriam de cruel vingança, humilhação tão desejada… uma espécie de pagamento com juros a preços exorbitantes!
O Sr. das areias, que até então não se via por cá, começou a aparecer frequentemente, pelos cafés, onde com aquele riso repugnante e a vaidade que o carateriza, tentava fazer passar a ideia de poderoso, mediante os valiosos conhecimentos hierárquicos no seio Municipal, dos incompetentes, enquanto “cravava” aqui e ali, uma cervejola a um pobre diabo, que inocentemente se deixava enfeitiçar, pela ficção imaginária de perversão acentuada e tenebrosa. Organizava reuniões em locais específicos… trocavam impressões com algumas das formigas, oferecendo-lhe em troca, um lugar bem situado, dentro ou fora da câmara… ludibriava-os com perícia e astucia, detalhes que lhe são peculiares, e que utiliza sempre que menospreza o seu interlocutor direto. Para grande parte do povo de Murçós, era o messias, o salvador… aquele que tinha dons e podres para fazer desta terra: um paraíso terrestre… caíram na ratoeira como ratinhos vindos de outro planeta onde tudo quanto se diz é verdade… cegaram com a ambição desmedida, crença infundada; em promessas desonestas, servindo apenas e somente, os interesses particulares, doa a quem doer.
Neste mesmo ano, foi eleito Presidente da Freguesia de Murçós, com maioria absoluta, o messias tão desejado, o ditador implacável, destruidor de sonhos imaginários, o Sr. das areias. Na tomada de posse, um mês depois, foram-lhe entregues as chaves do suposto paraíso, com todos os documentos em dia, arquivados convenientemente, constando também 2.000,00 na conta bancária, saldo contabilístico ativo. Seguiram-se os rituais impostos por decreto lei, pouco tempo depois, que era a constituição da assembleia e a eleição dos dois vogais, secretário e tesoureiro, caso não haja consenso para nomeação direta. Aqui foi onde a “porca torceu o rabo”… apesar do partido vencedor das eleições eleger 5 membros na assembleia, e o vencido apenas dois, na reunião marcada, gerou-se uma confusão medonha, provocada pela estratégia ditatorial do Sr. das areias, e alguns dos seus lacaios, por ele escolhidos após eleições, tendo antes destas prometido os mesmos lugares a quatro dos cinco primeiros da lista a fim de angariar votos, com os quais foi eleito. Mais uma vez ludibriou as pessoas, lesando-as, como um farrapo, que serve enquanto útil, e depois se deita fora… porque seguindo a lógica dos factos os quais deveriam ter sido previamente discutidos e chegar a um consenso, tudo era simples se houvesse legalidade e princípios conscienciosos… mas, são fatores sem significado para aldrabões, chegando ao cumulo de propagar pela Aldeia as culpas da eleição desastrosa do executivo, pertenciam a dois pobres diabos que votaram contra cinco da lista vencedora. Abro parênteses para perguntar a quem ainda tenha dúvidas relativas à nossa responsabilidade neste ato eleitoral: será que dois votos podem vencer cinco? Não. Se os membros convidados para uma lista não são de confiança nem servem para ocupar lugares de responsabilidade, porque são convidados e colocados no topo da lista?
Voltando à reunião, tardia, da constituição dos membros da assembleia e seus cargos, o Sr. das areias já tinha feito as suas escolhas sem consultar ninguém, cargo que exerceram ilegalmente durante um mês, sujeitos a prisão preventiva, enquanto ele mesmo executava trabalhos de 1ª urgência como recompensa aos que o tinham posto no “poleiro”, também ilegalmente, não podendo participar direta nem indiretamente; tendo sido participado o caso ao Tribunal Administrativo de Mirandela, e feito a pergunta em assembleia de Câmara, à qual respondeu ser um donativo seu, de centenas de milhares de euros? Como é óbvio falso. Não houve concurso nem adjudicação, e o dinheirinho, com a cumplicidade da Câmara, transitou para outas bandas secretas antes de entrar nos bolsos do traficante.
Finalmente, pressionado, após longo tempo, marcou esta reunião, para ele simples formalidade, tendo já escolhido os seus assessores diretos. Entrou na sede da Junta com ares supremos, e dirigindo-se à presidente da assembleia cessante num tom autoritário disse:
- Já escolhi o meu secretário, tesoureiro, e presidente da assembleia – avançando nomes
- Mas não está a seguir os termos legais impostos por lei? – Respondi
- Como assim? Sou eu quem escolhe porque temos a maioria absoluta.
Nos nossos mandatos, num dos quais você foi membro da assembleia desistindo de imediato com o pretexto de ter apenas prejuízos, processou-se de outra forma. Se bem se lembra, tinham vocês dois membros, o outro dos três partidos um e nós quatro, por conseguinte a maioria… contudo foram a votações os propostos, e lembro-me de não votar favoravelmente, o que não influenciou dado o nosso acordo prévio… o que é que receia afinal?
Pegou no telefone e ligou para alguém do circulo dos mafiosos que o informaram dos métodos a utilizar, mas, persistia com a sua forma irreversível de manda quem pode e obedece quem deve, pelo que resolvi abandonar a sala de reunião mediante ameaças de agressão física e verbal, por parte de um sobrinho que até tinha em consideração, uma das escolha prioritária do poderoso, que não residia cá e que tinha agendada a partida para Moçambique brevemente,  acontecendo o mesmo com o meu colega ao qual já tinham preparado uma autorização de desistência, e tentaram obrigá-lo a assinar. Tive conhecimento do caso e voltei à sala levando comigo o colega sem assinaturas nossas e comunicando aos outros membros que a legislação em vigor concedia o direito aos primeiros cargos a todos os membros da assembleia, nomeados sim pelo presidente eleito, mas havendo discórdia, teria de ser aplicada a lei da votação secreta.
Como não houve acordo nesta reunião, a lei prevê outra a efetuar no prazo de 15 dias. Passaram-se três meses, sem que o ditador tomasse qualquer decisão, prevalecendo a sua própria lei. Resolvi escrever para o Governo Civil contando-lhe o sucedido. Fomos convocados, pouco tempo depois, a Bragança para expor o problema ao Sr. Governador o qual tentou conciliar um acordo entre os membros do partido vencedor a fim de serem eleitos para os respetivos cargos, caso não houvesse convergência, teriam de demitir-se em bloco os da lista para haver novas eleições, ele nada mais podia fazer. Este impasse durou um certo tempo, ameaçando o supremo abandonar o cargo, já que alguns da sua lista também não se demitiam… mais um meio chantagista ao qual não cederam os seu supostos amigos e angariadores de votos que se sentiam traídos. Não encontrando outra saída, o Sr. Das areias, pressionado pelo Município, resolveu convocar, nova reunião e desta vez seguir as vias legais. Optou por propor a votação dois a dois os vogais para depois decidir ele qual deles seria o secretário e o tesoureiro. Como obteve um não nas três votações dos seus preferidos, eram agora já três dos seus pupilos a discordar das suas pretensões, voltou ao voto numeral, e o resultado também não foi o que esperava. Voltou-se para mim com estas palavras: - você nunca será proposto… ao que respondi – nem pelo ouro do Mundo eu trabalharia com um malabarista como tu… contudo não poderás retirar-me a minha liberdade de pensar, nem a de votar em quem eu quiser. Não tendo outra alternativa começou por nomear para votação aqueles que ele considerava de traidores e sem capacidades para os cargos., e foram eleitos, um deles com 5 votos contra dois, ficando vermelho de raiva, confiscou chaves, livro de cheques, e tudo que estava relacionado com a junta de freguesia . »»»»» continuação ( os coveiros do povo)

Sem comentários: