quarta-feira, 16 de novembro de 2022
Poema de AB
Calem-se os gritos nesse desespero bradar
Abram fileiras aos que de longe vem divulgar
E no silencio deste imensurável calcorrear
Ouvem-se crianças, sem mãe e a sem pai a soluçar
Onde os poetas que tão bem sabem prosear
Não encontram locuções e vagueiam a deambular
Como verdes lagartas em fila atravessando a estrada
Sem rumo nem destino onde pernoitar
Esta poesia em todos nós emprenhada
Serve para quê? Para quando? Ou para nada
Vive impotente sem sentimentos e desnudada
Alimenta ilusões para quem segue vazio pela longa estrada
Para jamais voltar e em cinzas ser transformada
Num silencio medonho onde todos caímos
E tudo calado
E tudo dormindo
Fechem-se as portas
Onde dormia o menino
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