sábado, 5 de novembro de 2022

Será que o meu dia chegará? AB Pobre de mim desgraçada nasci em tempos degradada, despida descalça e mal-amada servindo só para ser pisada e talvez ainda enxovalhada, pelos que para estas bandas não tem nada sem sabem o que é uma estrada. Vivi já tantos anos com a esperança e o desejo que já me cansa de um dia ter o condão de entrar em Agrochão, toda de azul vestida com cheirinho a alcatrão. Tantas promessas que o vento varreu, de cabeças ocas do que nunca foi seu e com mentiras sempre prometeu, reunir-se com o colega para debater as razões porquê seis km tem tantas obstruções ou serão as más informações que tão deprimida me vão deixando, esperar, mas até quando? Quem espera desespera onde se instala a quimera, por chegar mais uma primavera, após um horrível inverno, coroado de intempéries o malvado, deixando sobre mim tudo encharcado, e de ossos à vista e carne desfeita, banhados em lama da esquerda à direita, poças cobertas de água, bermas invasoras cobertas de mato, sou só um caminho que não vale nada. Os meus lamentos fundamentados, entram em escritórios onde estão confortavelmente assentados, seres sem dor nem compaixão cabendo-lhe apenas na mão, o poder de decidir, ponderando brevemente, se deve calar-se ou agir. Se não desejam que pertença ao concelho, cortem a entrada a saída e o meio, retirem dos que ainda alimentam ilusões, a traição dos corações e formem justas opiniões de um eleitorado democrático, cuja balança pende sempre para o lado dos burlões, dos graxistas e dos “mamões”, porque quem por aqui vive e passa, paga todos os direitos e a taxa, dos que tem podem e querem.

Sem comentários: