segunda-feira, 28 de novembro de 2022
A FELICIDADE ESCURECEU O MEU VIVER
Lembro-me na escuridão do meu quarto
As cores do arco-íris, o brilho do sol a brilhar
Adormeço e de tantos sonhos me aparto
Já não vejo o firmamento nem estrelas a cintilar
Quando era menino e com os outros meninos brincava
Jogando à cabra cega tinha de adivinhar
O nome daquele que me tocava de olhos vendados andava
Sem bengala branca para o guiar,
Não nutro ressentimentos vivendo à minha maneira
Sabendo que será noite para o resto o meu viver
Mesmo já não vendo a luz pela peneira
Não esqueço aquele que para me salvar a vida teve que morrer
Com seus órgãos renasci e na minha casinha só, mas aconchegado
Sou feliz com a infelicidade que um dia me bateu à porta
A prendi a navegar em mares desenfreados
Não conheço o nome do porto, mas que importa
Entre quem por bem bater à minha porta,
Fui marido sou pai e sou avô, homem de guerras vencidas
E para com aqueles que desdém me olham
Deixo apenas um aviso, ninguém está ao abrigo
AB
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