quinta-feira, 16 de março de 2023

As saudades que moem

A SAUDADE QUE MOI AB O tempo que vai passando indiferente, não cura, nem dá, rouba como um ladrão invisível. E eu sempre à espera… do toque do telefone através do qual trocávamos carinhosamente palavras gastas, carinhos reconfortantes amores que muitas vezes ficavam suspenso na intensidade… chorávamos lágrimas secas, a voz tremia, ponto crucial onde não existiam enganos! - Estás aí? Perguntáveis mesmo sabendo que sim. E nestes momentos de silencio emocional a dor era tão aguda…deito-me, mas pouco ou nada durmo, revoltado mesmo sabendo que ninguém pode mudar o destino. À minha fragilidade vem juntar-se o peso da vossa ausência. Vejo-vos, mas não me é permitido tocar-vos. Voltejo entre os lençóis como um perdulário de sentimentos, gastando as horas do relógio enquanto não amanhece. A luz que iluminou as nossas vidas surge agora como a neblina onde me perco à procura do impossível. Rastejo como um lagarto moribundo…
fostes sempre os pilares da casa onde vivi. O sangue do meu sangue, as vidas do meu viver. Hoje sinto-me tão só! Desamparado e abandonado? O sol não brilha e as estrelas que tanto amava apagaram-se. Aqueles sorrisos lindos manifesto de encontros esporádicos. As vozes suaves que me embalaram, o carinho e afeto que perdi a jamais. Eramos tão felizes com o pouco que
tínhamos! Nunca procuramos “meio dia às 14 horas” a honestidade e lealdade andavam connosco de braço dado pelas ruas e a ironia jantava à mesma mesa sem arrogância, hipocrisia ou vaidade. Eramos uma família, da qual só restam fragmentos dispersos, e a mim custa-me tanto!

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