quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

PERDOEM-ME

Hoje olhei-me ao espelho e vi uma imagem reflectida de mim, uma sombra do passado do que fui. Tão distante, que me vieram as lágrimas aos olhos. Recordei-me do passado, decidi voltar das cinzas, as marcas continuam lá… é impossível esquecer, o que jamais se quer esquecer o inesquecível.
Perfuro para dentro das mágoas da dor, respiro fundo, afasto de um lado e doutro e mergulho para enfrentar esta dor. Vejo o que nunca vi, parece uma análise profunda…. Sinto-me a fracassar no momento da verdade… será que vou fugir?
Oiço lá no fundo do túnel a minha consciência a falar, não posso voltar atrás, não posso permitir que a minha ausência se prolongue e cai num esquecimento, num silêncio eterno. Num algo que já foi e agora não o sou, perdoem-me mas não consigo, não consigo… falta-me a essência, o encanto que perdi nestes últimos tempos.
A elegância para tratar dos assuntos como devem ser tratados, com as palavras certas, no momento, por isso me tornei numa imagem reflectida num espelho partido, cheio de metades, se algum dia se unir outra vez, talvez seja o que um dia me disseram que cheguei a ser...

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