Dia de vindima (último do ano2013 em Murçós)
Há quem lhe chame: os retardatários, desleixados e outros adjetivos
qualificativos que nem sempre refletem a verdade… especular gratuitamente,
muito corrente por cá.
Sexta feira, dia 18 do corrente ano, pela tarde chegava à
Aldeia o Vítor (poulo) com armas e bagagens para os seus destinatários; uma
carrinha de caixa aberta que viria a fazer a felicidade do Reis… parou junto ao
café central, e de imediato desceu para cumprimentar os presentes. Aproveitando
a ocasião por antecipação, disse-lhe este perentoriamente: - amanhã vais à
minha vindima?
- O quê? Vindimas neste tempo? Além disso só ainda estou a
chegar e já me vens cravar!
Mas o Vitor é brincalhão. Gosta de ajudar… um rapaz daqueles
que se contam pelos dedos de uma mão… é óbvio que foi ajudar, não só ele como
levou a carrinha onde carregamos os contentores. Também fui convidado, e como
as entreajudas surgem cada vez menos e mais interessadas… tomei a decisão
exemplar para muitos, mesmo que criticada por outros.
Na noite anterior, tivemos uma tempestade medonha… trovões e
chuva diluvial, o que tendia a pressupor que não haveria vindima… contudo, no
dia seguinte, por volta das 7h30, levantei-me e fui à varanda ver como estava o
tempo… fiquei perplexo ao verificar que o céu estava pouco novelado, e apesar das
árvores atarem encharcadas, haveria vindima.
Apresentei-me no outão devidamente apetrechado com fato de
água tesouras e “galochas” pronto para: “o que der e vier”
O tio Zé-Manuel e o Jaime foram os primeiros a rondar a casa
do “amo”, e quando cheguei já este inspeccionava a condição atmosférica com o
olhar erguido para o céu como a implorar os deuses um espaço de tempo bom.
Pouco a pouco foram-se agrupando os guerreiros da vinha da
Pia, propriedade do Dr. Abel que vendeu os frutos…
Tomamos um café expresso, e de malas e bagagens, lá fomos
nós. Eramos apenas 7… poucos mas bons – como se costuma dizer – Em casa ficou o
Zézinho entregue aos potes da aguardente, e com as ordens de: pelas 11h acender
o fogareiro para assar a sardinhada e a vitela tenrinha, a qual após o esforço
soube como “carões de noz!
Da Pia, trouxemos mais uma boa recordação convivial,
de anedotas contadas ao ar livre, de risos hilariantes, mediante uma paisagem extraordinária
na sua perplexidade Outonal, vigiada de perto pela serra pacata de Bousende, e
das folhas caindo amareladas uma a uma… da figueira que reservou alguns figos
maduros para a nossa vinda… da próxima tarefa rural: a apanha das castanhas.
Podem ver mais fotos relacionadas com a vindima, vinho e aguardente clique AQUI
4 comentários:
Boa tarde, Tonho
Este ano foi muito tardego. Mas colheu-se de tudo, com a graça de Deus!
A entre-ajuda é uma constante entre nós: de que outra maneira se poderia viver em terras como as nossas? Gostei de ver o Jaime, que parece bem, embora tenha estranhado a barba que não tinha no Verão. Quer dize, também gostei de te ver a ti!
As cepas estão deslumbrantes, como se vê pelas fotografias. O link não me deu acesso às outras.
Beijos
Olá Fátima: é a pura verdade... a entreajuda deveria ser compreendida como uma necessidade de todos para se poder viver em harmonia.
Quanto ao Jaime: está melhor. Ele cá sente-se mais ou menos... encheu-se de trabalhar segundo as suas posses... para mim foi mais uma distracção, pois gosto imenso de conviver com gente pura...
Substituí o link, espero que se consiga ver, caso contrário se poderes dizer alguma coisa agradecia... é que comigo dão os dois talvez por iniciar sessão na conta. Obrigado. Beijos
já chegue.
correu tudo bem.
simplesmente fantastico o fin de semana passado. conforme se pode comprovar.
abraço
vitor Fernandes
Já vi a reportagem que, além da vindima (e das uvas pisadas...) nos mostra os belos figos e a promessa de uma boa colheita de azeitona. Gostei muito.
Beijos
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