domingo, 26 de dezembro de 2021
Natal 2021
quarta-feira, 22 de dezembro de 2021
domingo, 19 de dezembro de 2021
quinta-feira, 9 de dezembro de 2021
Santo Natal e feliz ano novo
domingo, 5 de dezembro de 2021
domingo, 28 de novembro de 2021
O silencio
terça-feira, 23 de novembro de 2021
Receitas de um ignorante
quarta-feira, 17 de novembro de 2021
segunda-feira, 15 de novembro de 2021
Quem tem experiencia
sábado, 13 de novembro de 2021
Outono
domingo, 7 de novembro de 2021
terça-feira, 2 de novembro de 2021
Dia de todos os Santos em Rebordainhos
domingo, 31 de outubro de 2021
Á procura da dor
Um dia diferente
quarta-feira, 20 de outubro de 2021
Noticias da terrinha
domingo, 10 de outubro de 2021
Ò vida Vida!
terça-feira, 28 de setembro de 2021
Dia de sorte
domingo, 26 de setembro de 2021
sábado, 18 de setembro de 2021
quarta-feira, 15 de setembro de 2021
Por terras de beleza
esta foto não é minha |
Os vales Uma terra como tantas outras, situada na encosta da serra da nogueira, isolada de tudo e de todos, mas, quem lá morou , tenho a certeza que amou este lugar singular de beleza natural, e foram poucos os privilegiados num pequeno aglomerado de quatro casas cujos residentes, dois ou três casais com filhos ainda pequenos que nunca lhes faltou pão batatas e o que davam os “cevados” para comer em dias e noites medonhas de inverno onde se ouviam os lobos uivar em tempos de nevões , bem perto do povoada, com fome, desesperados, mas o tio Raul, homem de pequena estatura já não temia, talvez por se ter acostumado, e também porque a “escopeta” estava sempre carregada e pronta para defender os seus entes queridos. Nunca cheguei a saber porque razão foi ali parar e construiu a sua casa, assim como depois os outros habitantes, a cerca de cinco ou seis km da freguesia, suponho que tenham sido as terras férteis que podia cultivar e extrair o pão nosso para cada dia embora o desconforto e a longevidade de outros aglomerados fossem fatores de risco que ele enfrentou sempre como homem de garra e luta. Não existia estrada apenas um carreirão por onde passavam
dificilmente os carros de vacas carregados com cereais e batata, que gastavam um dia para as levar à estação de Rossas onde eram enciladas e depois vendidas seguindo no comboio a carvão que transportava mercadorias. Era uma casa abastada, e os filhos, de quem me lembro melhor por terem apenas menos dois anos que eu, devem ter vivido um calvário em tempos escolares. Chegavam à escola todos os dias encharcados dos pés à cabeça tiritando com o frio e neve que nestes tempos eram rigorosos, onde uma braseira que a tia Benigna ou Maria Silva se esforçavam para ter à disposição dos professores, deixando o lugar por uns momentos às pobres crianças para aquecerem as mãos, e o resto do corpo ia aquecendo também por baixo das roupas ensopadas, de boa qualidade que o pai velava com ambição, e até muitas vezes veio com
eles até à
ribeira para os ajudar a atravessar, por cima de umas pedras escorregadias com
o coração num punho não fossem arrastado pelas águas neste tempos densas e
velozes. O seu grande sonho era que os filhos tirassem um curso superior apesar
das adversidades, e dois deles, inteligentes conseguiram. Levar para os vales a
luz elétrica o que nunca aconteceu. Houve mais tarde um rompimento pela malhada
velha onde se podiam deslocar os mais atrevidos com automóveis, mas a vida nos Vales
já era. Havia também uns gémeos dos quais não me lembra o nome esses mais
novos, mas que também ainda comungaram das dificuldades para se deslocarem a Rebordainhos
ou a Lenção que era as aldeias mais próximas.
Quem morou
neste paraíso de tranquilidade saudável não deve envergonhar-se de ter lá
vivido, nem mesmo quando alguém mais atrevido lhes perguntar de onde são…
pessoalmente sustento imensa admiração pelos pais e filhos que lutaram para vencer
e o tio Raul deve ter partido orgulhoso com justificadas razoes. (Houve um lapso no nome da personagem que integra este texto, o qual já foi retificado com imensas desculpas aos familiares, amigos, conhecidos e leitores. Mea culpa
sábado, 11 de setembro de 2021
Do pó até ao pó
Não deixe que as suas panelas brilhem mais do que você!!!!
Não leve a faxina ou o trabalho tão a sério!
Pense que a camada de pó vai proteger a madeira que está por baixo dela!
Uma casa só será um verdadeiro lar quando você for capaz de escrever “Eu te amo” sobre os móveis!
Antigamente eu gastava no mínimo 8 horas por semana para manter tudo bem limpo, caso “alguém viesse visitar-me” – mas depois descobri que ninguém passa “por acaso” para visitar – todos estão muito ocupados passeando, divertindo-se e aproveitando a vida!
E agora, se alguém aparecer de repente?
Não tenho que explicar a situação da minha casa a ninguém…
…as pessoas não estão interessadas em saber o que eu fiz o dia todo enquanto elas passeavam, se divertiam e aproveitavam a vida…
Caso não tenha ainda percebido: A VIDA É CURTA… APROVEITE-A!!!
Tire o pó… se precisar…Mas não seria melhor pintar um quadro ou escrever uma carta, dar um passeio ou visitar um amigo, fazer um bolo e lamber a colher suja de massa, plantar e regar umas florinhas?
Pese muito bem a diferença entre QUERER e PRECISAR !
Tire o pó… se precisar…
Mas você não terá muito tempo livre…
Para beber champanhe, nadar na praia (ou na piscina), escalar montanhas, brincar com o cão de estimação, ouvir música e ler livros, fazer amigos e aproveitar a vida!!!
Tire o pó… se precisar…
Mas a vida continua lá fora, o sol iluminando os olhos, o vento agitando os cabelos, um floco de neve, as gotas da chuva caindo mansamente….
- Pense bem, este dia não voltará jamais!!!
Tire o pó… se precisar…
mas não se esqueça que você vai envelhecer e muita coisa já não será tão fácil de fazer como agora…
E quando você partir, como todos nós partiremos um dia, também voltará a ser pó!!!
Ninguém se lembrará das contas que pagou, nem da sua casa tão limpinha, mas lembrar-se-ão da sua amizade, da sua alegria e do que você ensinou.
AFINAL:
“Não é o que juntou, mas sim o que espalhou que reflete como a nosso vida foi vivida.”
sexta-feira, 20 de agosto de 2021
As cegonhas
As cegonhas
Quando as
cegonhas voltarem
E do alto
das suas casas observarem
O vazio que
outras deixaram
Terras abandonadas
ao desleixo
Ninhos sem vida
no cúmio de um freixo
De onde viam
sem desleixo
As estrelas
brilhando no céu
Planícies iluminadas
pelo luar
De manhã o sol brilhante a raiar
Inundando de
carinho as planícies
Que com suas
longas patas trepavam
Procurando
alimentos no chão
Para os
amores do seu coração
Mas a
solidão foi tão grande
Que levaram
os filhos para outra nação
Volta agora
uma ou duas, mas não encontram a razão.
António Braz
quarta-feira, 18 de agosto de 2021
Dia de sorte continuação
Dia de sorte por António Braz
Chegaram a
casa dos avós de José tardiamente, e encontraram-nos preocupados esperando,
receosos que tivessem tido um acidente. Aguardava-os ainda o jantar que
aqueceram, comeram e foram todos deitar-se. José sentia-se cansadíssimo, mas
dava voltas e mais voltas na cama sem conseguir adormecer. Continuava ligado às
decisões que a mãe sempre tomava no seu lugar, mas desta vez esperava resolver ele
próprio sem incomodar ninguém. Porém, havia tantas arestas para limar! No
silêncio daquela noite deliciosa sofria o maior pesadelo da sua vida… não sabia
que fazer, nem quem era, mas sobretudo o que era na realidade. Lamentava a
falta de coragem para divulgar o que realmente sentia e estremecia sempre que
lhe ocorria poder estar a viver num corpo errado que o pensamento transformava
em mártir, naquele que por todos era recriminado, humilhado intransigentemente.
Já tinha consultado vários livros especializados em sexologia sob todos os aspetos,
assim como as perturbações inerentes não tendo chegado a uma conclusão axiomática
para o seu julgamento que variava a cada minuto, segundo ocorrências
vivenciadas e imaginárias. Ocorrências tais como: um dia sentiu-se mal com
dores de ventre terríveis quando ia passando numa das ruas de uma grande
cidade. Numa placa em mármore estavam estampados o nome de um médico e o seu
consultório. Desta vez resolveu não comunicar à mãe, subiu as escadas até ao
1.º andar e perguntou à rececionista se podia consultar que era uma urgência?
Esta perguntou se tinha marcação prévia ao que o rapaz respondeu negativamente.
Ao mesmo tempo, vinha trazer à porta, o médico, uma cliente e os olhares dos
dois cruzaram-se durante alguns segundos como hipnotizados. Aquiesceu que podia
consultar só que era obrigado a esperar que todos os que aguardavam com
marcação fossem atendidos. Quando por fim chegou a sua vez, e que o médico o
mandou deitar de ventre para cima na maca para o efeito, o rapaz, tímido e
envergonhado exitou, sobretudo que lhe ordenava de retirar as calças até aos
pés, levantar a camisa, para melhor poder examiná-lo. – Senhor doutor é mesmo
necessário?...
- Claro! Não
te preocupes que eu já vi muita gente despida…
Não vou
relatar detalhadamente o que se seguiu, mas este médico com os seus 50 anos, casado,
mas homo, abusou da humildade de um rapaz passeando as suas mãos constantemente
pelos órgãos genitais até ao extremo fingindo que o estava a examinar. Indignado
profundamente, revoltado consigo próprio por não ter reagido como um cidadão
exemplar, consentindo sem balbuciar palavra, desceu as escadas petrificado
vagueando horas pelas ruas sem ver nem ouvir ninguém.
Era ainda bem cedo quando o galo cantou e acordou José que tinha dormido apenas uma hora, mas os pesadelos tinham entrado na sua caixinha de segredos, e o dia raiava novamente com otimismo e alegria. Foi o avô que veio chamá-lo ao quarto com um abraço fraterno cheio de carinho e amor, ao qual ele correspondia